Em constante busca pelas causas e os efeitos da poluição nos oceanos, um grupo de pesquisadores suíços chegou ao Rio de Janeiro na última quinta-feira (05) dando início à campanha nacional de conscientização Mar sem lixo, mar da gente. A expedição, vinda de Bordeaux, na França, vai percorrer mais de 40 mil milhas náuticas e faz parte do projeto Race for Water Odyssey.
Os resultados parciais do estudo, no entanto, são alarmantes: 80% do lixo encontrado nos oceanos é composto por plástico. As correntes marítimas fazem com que toda a sujeira produzida seja levada a milhares e milhares de quilômetros, alcançando locais isolados e de proteção ambiental.
Segundo a publicação científica Nature, a cada ano, a humanidade produz quase 300 milhões de toneladas de plástico e, embora grande parte desse plástico seja descartado em aterros sanitários, 0,01% tem como destino os oceanos. Enquanto a maior parte desse material segue flutuando no mar, a outra fica presa ao gelo do Ártico ou desembarca nas praias.
Segundo Marco Simeoni, presidente da Race for Water e organizador da expedição, embora os resíduos de plástico possam ser encontrados por toda a parte, cinco grandes áreas concentram maior volume justamente em virtude das correntes marítimas. Chamadas de zonas de convergência, as manchas de poluição estão distribuídas nos oceanos Atlântico (Sul e Norte), Pacífico (Sul e Norte) e Índico, numa área que, juntas, totaliza duas vezes o tamanho do Brasil.
Os dados completos sobre o mapeamento global devem ser apresentados em dezembro na Conferência das Mudanças climáticas, realizada em Paris.