A utilização de agrotóxicos – também conhecidos como também denominados de pesticidas, defensivos agrícolas, agroquímicos, biocidas, praguicidas ou produtos fitossanitários – é o principal método de controle de pragas e de proteção das plantas em todo o mundo.
A ferramenta, no entanto, é considerada perigosa, tanto para o ser humano, quanto para animais. É o que aponta o resultado de uma análise de mais de 800 estudos realizados nos últimos vinte anos.
O estudo, intitulado Worldwide Integrated Assessment on Systemic Pesticides, foi feito por 29 pesquisadores e revelou que existem evidências de que os pesticidas são danosos, principalmente, para espécies polinizadoras, essenciais para a agricultura. Apesar de ser um tema recorrente, a iniciativa é considerada um avanço, já que nunca houve uma análise tão profunda que pudesse alertar sobre o risco que a produção agrícola sofre.
Os pesquisadores alertam para o fato de que abelhas, borboletas, alguns tipos de minhocas e pássaros, correm riscos de perda do olfato e de memória; redução da fecundidade; alteração no padrão alimentar e no senso de direção. Nas abelhas, ainda provocam dificuldades de voo e aumentam a vulnerabilidade a doenças.
Eles ainda afirmam que as doses utilizadas desses pesticidas e a sua potência têm sido aumentadas com o passar dos anos, já que as pestes ficam cada vez mais resistentes. A estimativa é de que os agricultores gastam anualmente mais de US$ 2,6 bilhões em pesticidas.
O Brasil é o sexto país que mais utiliza agrotóxicos em todo o mundo, segundo estudo feito pela consultoria alemã Kleffmann, encomendado pela Associação Brasileira de Agronegócio (Abag). O primeiro lugar é do Japão, com US$ 97,73 investidos para cada tonelada de alimento produzido.
Risco para os humanos
Com a utilização cada vez maior, os consumidores estão expostos a doenças. De acordo com a Anvisa, o uso descontrolado de agrotóxicos pode trazer sérios riscos à saúde. Entre os principais problemas estão efeitos neurotóxicos, que afetam os sistemas nervoso e imunológico, problemas respiratórios e o desenvolvimento de alergias, problemas renais, hepáticos e até mesmo câncer.