Considerada uma doença característica de locais que sofrem com a má qualidade do ar, como em grandes cidades, a asma pode atingir pessoas de todas as idades e afeta de 10% a 20% da população mundial. Quem tem asma sofre com a inflamação dos brônquios que, por sua vez, incham e ficam mais estreitos, impedindo a passagem do ar. Para tentar resolver de vez esta situação, a medicina já realizou milhares de testes, porém, uma cura definitiva ainda não foi encontrada. Mas há esperanças.
Segundo a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a cura da asma pode estar em uma planta do semiárido brasileiro, a Milona, cujo nome científico é Cissampelos sympodialis. Estudada há mais de 30 anos por pesquisadores da instituição de ensino, a planta apresenta resultados preliminares positivos, porém, ainda não foram realizados testes em humanos. “Não tínhamos estrutura adequada para realizar os testes em humanos. O Hiperfarma é novo e agora sim podemos iniciar testes clínicos”, afirmou a diretora de farmacologia e toxicologia da UFPB, Marianna Sobral. Expectativa é que o medicamento chegue ao mercado somente em 2020. O Hiperfarma é o Instituto de Pesquisa em Fármacos e Medicamentos ligado ao Centro de Ciências da Saúde. É lá que esse tipo de pesquisa do Hospital Universitário da UFPB é realizado.
Para o diretor da Hiperfarma, Rui Macedo, a planta pode realmente ser a fonte principal para cura da asma. “A Milona foi trazida pela atual reitora Margareth Diniz, quando um médico relatou que o chá podia tratar bronquite e asma. Existem estudos cardiovasculares, de imunologia, psicofarmacologia e trato intestinal, mas a área respiratória é a que está mais configurada. A importância em relação à aminofilina, substância sintética tradicional, é que, além da atividade bronco-dilatadora, a Milona é capaz de regenerar os tecidos pulmonares. Assim, ela age nos sintomas, desinflamando e a pessoa pode até deixar de ser asmático”, concluiu.
Conhecimento popular em prol da ciência
Outro ponto defendido por Rui Macedo é que as pesquisas deverão ser aceleradas naturalmente graças ao conhecimento popular a respeito da Milona. “Já é algo que a medicina popular utiliza para tratar doenças. Por isso, a gente já sabe se tem uso farmacêutico, com isso, o tempo da pesquisa será reduzido em comparação com os sintéticos”, complementou.
Além disso, o diretor do instituto Hiperfarma também explicou que a lei brasileira exige que sejam realizados testes primeiramente em animais. “No biotério temos a área experimental, o cultivo de animais, engorda, crescimento e reprodução. Nos laboratórios são estudados desde a química, testes não clínicos e clínicos (com animais e com humanos) e até a tecnologia do medicamento”, finalizou o professor.