No intuito de apoiar governos a redirecionar gastos públicos para produtos ecológica e socialmente corretos, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) lançou o projeto Compras Públicas Sustentáveis (SPP, sigla em inglês) no dia 1 de abril. A iniciativa pretende aproveitar o alto poder econômico das governanças, que são responsáveis pela movimentação de trilhões de dólares anualmente, para promover a eficiência dos recursos.
“Os países integrantes da Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento [OECD] gastaram 13% do seu PIB [Produto Interno Bruto] em compras públicas durante 2011, enquanto em alguns países em desenvolvimento o índice pode chegar a 20%”, afirma Achim Steiner, subsecretário-geral das Nações Unidas. Para Steiner, o montante de recursos financeiros poderia beneficiar e “impulsionar os mercados em direção da sustentabilidade”.
Correspondendo a primeira ação efetiva do Programa-Quadro de 10 anos para o Consumo e Produção Sustentáveis (10YFP, na sigla em inglês), acordado por chefes de estado durante a Rio+20, o plano dará o acesso a ferramentas e especialistas. Steiner afirma que o objetivo é ajudar os governos a solicitar produtos que conservem os recursos naturais, criem oportunidades de trabalho e melhorem os meios de sustento ao redor do planeta.
Promovido pelo PNUMA, ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade) e Instituto de Indústria e Tecnologia Ambiental da Coreia do Sul (KEITI), o SPP, lançado alguns meses antes da primeira Assembleia Ambiental das Nações Unidas (UNEA, em inglês), tem como meta exercer um papel na transição do mundo para uma economia verde ao acelerar “eco-indústrias”, por exemplo.
Além disso, o PNUMA aponta que iniciativas de aquisições ecológicas já foram criadas em países como França, Estados Unidos, Coreia do Sul e Brasil, ação na qual a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) economizou 8,8 mil m³ de água e 1,7 tonelada de resíduos ao usar computadores feitos com material reciclado das escolas de São Paulo. Portanto, com exemplos de compras sustentáveis e a disponibilidade de capital para executá-las, o projeto de direcionamento irá auxiliar ainda mais uma prática comprovadamente viável.