O cultivo orgânico representa 1% de todo o território da agricultura nacional. Este tipo de atividade se concentra nas pequenas propriedades (85% do cultivo é na agricultura familiar) e cresce cerca de 20% ao ano, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
São registradas 11.500 unidades de produção controladas e certificadas ligadas ao sistema produtivo de orgânicos, incluindo propriedades rurais e estabelecimentos de processamento, afirma o MDA. O número não é absoluto, pois não estão incluídos os produtores sem certificação ou que vendem diretamente para o consumidor.
Os principais alimentos orgânicos no Brasil são a castanha, açaí, pupunha, frutas e outras espécies das matas tropicais, principalmente da Amazônia. Também são comuns produtos do extrativismo e da produção familiar. Já os orgânicos com maior produção são a soja (31%), as hortaliças (27%) e o café (25%); e as maiores plantações em área são as de frutas (26%), de cana (23%) e a de palmito (18%).
A região norte possui a maior área agrícola dedicada aos produtos orgânicos, mas o estado com maior área de produção orgânica no Brasil é o Mato Grosso. Os números dizem respeito às unidades controladas, ou seja, cadastradas no MDA e detentoras da certificação de produto orgânico.
Cerca de 60% dos orgânicos brasileiros são exportados. O principal mercado consumidor de orgânicos fica na América do Norte, seguido pela Europa.
A Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, lançada em agosto desse ano, busca ampliar o número de famílias envolvidas com produção orgânica, passando de 200 mil para 300 mil até 2014. Além disso, o governo quer incentivar o consumo desses produtos pela população.
Segundo a Associação Brasileira de Supermercados, consumidores de produtos orgânicos no Brasil são, normalmente, mulheres acima de 30 anos e com alto grau de escolaridade. Dados do Projeto Organics Brasil apontam que o consumo no setor cresceu 40% no último ano. O consumo de alimentos orgânicos no Brasil ainda esbarra no preço. Pesquisa realizada pelo Portal Consumidor Moderno apontou que 69% das pessoas que desejam consumir orgânicos não o fazem porque consideram os produtos caros. Na verdade, a diferença de preço entre um produto comum e o orgânico é de cerca de 30% para mais.