Desafio de países ricos e também em desenvolvimento, o uso consciente de energia é fundamental para os próximos passos que cada nação pretende dar em um futuro próximo, tanto economicamente como socialmente e, principalmente, em respeito ao meio ambiente. Não é de hoje que políticas ambientais são necessárias para tentar “arrumar” o que a humanidade já fez à natureza, por isso, sempre que algum exemplo positivo surge é interessante abordar o tema para buscar as melhores soluções.
No Reino Unido, por exemplo, será utilizado ar líquido para estocagem de energia de meios renováveis, como energia solar e eólica. O projeto deverá contribuir para equilibrar momentos de alto e baixo consumo provocados pela ausência de ventos (energia eólica) e de luz (energia solar). Ao estocar em ar líquido, esta energia ficaria armazenada e disponível para distribuição em dias sem ventos, nublados ou chuvosos.
“Uma planta-piloto de 350 quilowatts (kW) encontra-se em funcionamento, conectada à rede elétrica do Reino Unido há três anos. Essa unidade está sendo, agora, transferida para a University of Birmingham como uma plataforma de testes. E o governo disponibilizou um financiamento de £ 8 milhões para que uma unidade de demonstração, de 5 megawatts (MW), esteja operaciondo em meados de 2015.Tudo isso para que tenhamos a opção comercial da estocagem de energia em ar líquido até 2018”, disse o pró-reitor e diretor da Faculdade de Engenharia e Ciências Físicas da University of Birmingham, Richard Williams, à Agência FAPESP.
Como funciona o projeto que utiliza ar líquido para estocagem de energia?
Todo o ar líquido que será estocado poderá ser utilizado novamente quando entrar em contato com alguma fonte térmica, o que naturalmente provocará a expansão que será empregada para movimentar uma turbina. Neste momento, a movimentação da turbina gera energia mecânica que posteriormente será convertida em energia elétrica.
Segundo Willians, este processo de estocagem é fundamental para “descarbonização” da matriz energética do Reino Unido. “Para o armazenamento de energia, o dispositivo apenas captura e esgota o ar. E, quando a estocagem criogênica é utilizada em motores, o material trocado com o meio é novamente o ar. Como a temperatura de funcionamento desses motores é menor do que a da combustão interna convencional, os componentes podem ser fabricados com plásticos em vez de metais, reduzindo a energia incorporada”, afirmou Williams.
Sustentabilidade nas universidades
As universidades britânicas também apoiam medidas mais sustentáveis de uso de energia em todo o Reino Unido. A University of Birmingham, por exemplo, desenvolve projetos voltados à criação de propostas inovadoras no campo da sustentabilidade. Além dela, outras quatro universidades da terra da rainha (Sheffield, Leeds, Hull e York) uniram forças com Birmingham e formaram o “Centre for Low Carbon Futures” (Centro para Futuros de Baixo Carbono) onde engenheiros e cientistas trabalham no desenvolvimento de soluções energéticas alternativas para combater as mudanças climáticas.
Outro local importante é o Centro de Armazenamento de Energia Criogênica da University de Birmingham (Birmingham Centre for Cryogenic Energy Storage) que é administrado em parceria com a Universidade de Hull.