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Foto: prbo

Na semana passada, 10 de setembro, o CDP (Carbon Disclosure Project) publicou o relatório de mudanças climáticas de 2013 – CDP Global 500 Climate Change Report –, documento no qual foram listadas as quinhentas empresas mais cotadas na bolsa de valores e que mais emitem poluição no mundo, com a informação de que as 50 maiores corporações são responsáveis por 73% da disseminação de toxinas no planeta.

Enquanto Nestlé e a BMW despontam como empreendimentos ecologicamente corretos, Volkswagen (Alemanha), Chevron (EUA) e Repsol (Espanha) entraram para o “hall” de poluidores. Por outro lado, gigantes norte-americanos como Apple, Amazon e Facebook, a italiana Prada e a sul-coreana Kia Motors não reportaram seus dados.

O CDP envia questionários para que as companhias preencham e, desta forma, cruzam os números, considerando os índices de transparência de informações e desempenho na gestão de emissão de poluentes para, por fim, dar às organizações uma nota que vai de 0 a 100, sendo esta última a melhor avaliação.

As brasileiras Vale e Petrobras estão entre as 50 empresas mais tóxicas do planeta, contudo, apresentam pontuações competitivas em relação às internacionais devido a sua transparência, ao divulgar as informações para o relatório. A Vale obteve a pontuação 98, enquanto a BASF (Alemanha), que atua na mesma área, recebeu 100 pontos e também foi listada. Já a Petrobras marcou 82 pontos, superando a petroleira francesa Total, com 81.

Segundo a assessoria de imprensa da Petrobras, o objetivo do CDP não é ranquear as empresas poluidoras, mas, sim, fazer com que divulguem suas emissões e adotem ações para diminuir seus impactos. Vale ressaltar que foram citadas as companhias de setores que, por suas atividades, emitem mais elementos tóxicos e têm recursos para mitigar os efeitos negativos.

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Foto: Pixabay

De acordo com o relatório, os grandes emissores de poluição “não estão fazendo o suficiente”, pois, as 50 principais empresas são responsáveis por 73% da dispersão de substâncias tóxicas, isto é, algo em torno de 3,6 milhões de toneladas de gases de efeito estufa. A preocupação se dá por conta de um significativo aumento de 1,65% no índice de emissão de toxinas, desde 2009, por parte das maiores instituições.

Os dados captados pelo CDP indicam que os setores de energia e de materiais – que também inclui a exploração de minérios – são responsáveis, respectivamente, por 28,3% e 26,2% das emissões de gás carbônico. Entretanto, das 500 empresas na lista, 403 responderam ao instituto e algumas não passaram todas as informações, ou seja, existe a possibilidade de que os números que faltam alterem os resultados do levantamento, pois, uma parcela expressiva não colaborou com o relatório.

Dos 50 principais emissores, 16 empresas são estadunidenses, seis do Reino Unido e cinco vêm do Canadá, da França e Alemanha. Espanha, Japão, Suíça e Brasil ficam com dois representantes cada. Aparece com uma companhia na lista Austrália, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega, África do Sul e Coréia do Sul.

O Pensamento Verde entrou com contato com as empresas nacionais Vale e Petrobrás. A Vale respondeu que é a empresa do setor de mineração que menos emite gases de efeito estufa (GEE) por receita e ainda informou que tem como meta reduzir 5% das emissões até 2020. Ainda segundo a Vale, o CDP encaminhou uma nota aos seus diretores parabenizando a empresa e agradecendo pela transparência nos dados. Já a Petrobras, que foi incluída no Índice de Sustentabilidade da bolsa de valores de Nova York, informou que investirá de 1,2 bilhão dólares em ações de eficiência energética e redução de intensidade de emissões de gases de efeito estufa até 2015, tendo aplicado, em 2012, US$ 29 milhões em projetos deste tipo para, assim, atenuar a curva de crescimento das emissões de GEE gerados pelas suas operações e produtos.

O projeto

O CDP (Carbon Disclosure Project) é uma organização internacional sem fins lucrativos que busca evitar as nocivas mudanças climáticas e proteger os recursos naturais ao coletar dados de instituições de diversos setores da economia para, assim, fornecer análises que contribuam para que as empresas adotem novas formas de fazer negócios, isto é, maneiras que promovam a sustentabilidade e a preservação ambiental.