A forma como cuidamos dos nossos pets causa mais impacto do que eles próprios.
Quer se trate de um cão, gato, galinha, peixinho dourado ou hamster, pets são considerados parte da família. Mas os animais de estimação também consomem recursos, desde alimentação e água até remédios, brinquedos e móveis especiais. E, claro, como qualquer ser vivo, eles também produzem resíduos. Considerando que um terço de todas as famílias no planeta possui ao menos um cachorro e quase um quarto possui pelo menos um gato, faz sentido refletir e repensar o quanto estamos tornando nossos pets inimigos do meio ambiente. Sim, precisamos também considerar o impacto global de 470 milhões de cães de estimação e 370 milhões de gatos de estimação nas mudanças climáticas.
O tipo de animal de estimação que você compra ou adota, a comida com que o alimenta, a maneira como brinca com ele e cuida da sua higiene, tudo isso conta na hora de pensar em como reduzir o impacto que essas adoráveis criaturas causam no planeta. Isso porque o lixo produzido por elas – cocô, areia de gatinho usada, embalagens de ração, brinquedos e, sim, até as roupas e fantasias que servem para aquecê-los do frio que a gente acha que sentem pode levar ao vermelho nossos planos de levar mais sustentabilidade para o mundo pet.
Um estudo publicado em 2017 calculou que todas as fezes produzidas por cães e gatos de estimação que vivem só nos Estados Unidos somam 5,1 milhões de toneladas a cada ano, o que significa ainda mais gás metano, que induz as mudanças climáticas, à medida que todos esses resíduos se desintegram. Só que, como não há muito a fazer sobre as emissões de metano de um animal de estimação, então a dica é adotar métodos sustentáveis de descarte. Por exemplo, você pode escolher sacos compostáveis em vez de plástico ou comprar areia para gatos feita de bambu, milho ou outros produtos biodegradáveis. Apesar de super práticos, os tapetinhos higiênicos geralmente não são reciclados. Usar o bom e velho jornal é uma ótima opção, pois pode ser descartado junto com o lixo orgânico, receberá a destinação correta no aterro sanitário e irá se decompor rapidamente. Uma outra solução ao mesmo tempo sustentável e econômica, são tapetes laváveis que podem ser lavados na máquina utilizados diversas vezes.
Como reduzir a pegada de carbono da comida do meu pet?
Quer se trate de ração seca ou úmida, os ingredientes da alimentação pet precisam vir de algum lugar – e alguns são mais sustentáveis do que outros. Alimentos que contêm altos níveis de proteína são particularmente menos ecológicos, especialmente se elas vierem a partir de animais cujo cultivo e produção representam um alto impacto, como vacas.
Em geral, a indústria de alimentos para animais de estimação já é relativamente sustentável, uma vez que contém sobras de produtos da indústria de alimentos humanos. De toda forma, tal como acontece com a nossa própria pegada de carbono, podemos reduzir a dos nossos animais de estimação ficando atentos e seguindo alguns passos simples:
- Chega de pets gordinhos: mais da metade dos cães são gordos ou obesos, por isso, corte as guloseimas e não os alimente em excesso.
- Opte por ração seca de frango ou peixe em vez de carne, já que a criação desses animais cria muito menos emissões de carbono.
- Comprar alimentos feitos localmente é muito mais sustentável do que variedades importadas, que produzem mais emissões por meio do transporte. E, se possível, a granel para reduzir a embalagem.
- Evite alimentos premium de qualidade humana – pets não têm as mesmas necessidades nutricionais que nós.
Dê preferências a marcas que são mais sustentáveis. - Faça a própria comida, mas certifique-se de conversar com o veterinário antes para ter certeza de que está incluindo todos os ingredientes e nutrientes corretos.
Qual é a pegada de carbono do seu pet?
O livro divertido e cientificamente preciso de Mike Berners-Lee, “How Bad Are Bananas?” revela a pegada de carbono de quase tudo, incluindo – incluindo:
- Peixe dourado – 25 kg de CO2 por ano
- Gato de tamanho médio – 310 kg de CO2 por ano
- Cão de tamanho médio – 770 kg de CO2 por ano
- Cão grande – 2.500 kg de CO2 por ano
Cruzando os hábitos das espécies de animais de estimação e os custos relativos que infligem ao meio ambiente, animais como coelhos, cabras, galinhas, patos e tartarugas estão entre os mais sustentáveis porque, em geral, se alimentam de plantas e grãos que têm um impacto muito menor. Essas últimas, além da dieta vegetariana, conta também o metabolismo lento e a baixa necessidade de água e exercícios.
Sabemos que esses animais dificilmente serão um substituto para cães e gatos, mas do ponto de vista ambiental, eles são menos prejudiciais ecologicamente. Claro, nada disso nos impedirá de escolher cães e gatos como nossos companheiros, mas é importante saber essas informações para que você possa escolher fazer escolhas alternativas e mais verdes para seus animais de estimação e para o planeta.
Fontes: National Geographic | Ovo Energy | Mascote Fit