O termo sustentabilidade, destaque nos últimos tempos, em geral é rapidamente associado a questões ambientais e à forma como buscamos equilibrar as necessidades humanas à utilização de recursos naturais. Porém, este é apenas um dos aspectos da sustentabilidade. As corporações, com sua imensa capacidade de influenciar nos rumos da economia, também são responsáveis pela disseminação e desenvolvimento sustentável, em um processo que tem como base a sustentabilidade corporativa.
Basicamente, a sustentabilidade corporativa tem por objetivo manter as corporações vivas em meio às mudanças sociais e ambientais, agindo de forma responsável e harmônica com estas instâncias. Para conseguir atuar desta forma, as empresas passam a estruturar um tipo de conhecimento bastante específico, com o intuito não apenas de medir os possíveis impactos e danos causados por suas atividades, como forma de colaborar efetivamente com o desenvolvimento social e a preservação ambiental.
Dentre as ferramentas pioneiras na sustentabilidade corporativa, e também uma das mais sólidas e respeitadas atualmente, é um documento denominado Lista de Princípios do Equador. Criado em 2003, o documento fora inicialmente assinado por dez bancos globais, que se comprometiam a utilizar os critérios da Lista para analisar e gerir riscos socioambientais e projetos financiados, além de privilegiarem o crédito a clientes que assumissem contrapartidas de responsabilidade social e ambiental. Em três anos, o número de signatários saltou para 40, demonstrando o claro interesse das mais poderosas instituições financeiras de todo o mundo.
Dentre os princípios centrais presentes na Lista de Princípios do Equador estão: a revisão e classificação de projetos; avaliação social e ambiental; adição de normas sociais e ambientais aplicáveis; criação de um plano de ação e de um sistema de gestão; consulta e divulgação no processo de realização de projetos e ações de caráter social e ambiental; presença de mecanismos de reclamação; realização de monitoramento e relatórios independentes, dentre outros. Atualmente, o documento conta com aproximadamente 80 bancos signatários.
Em sua mais recente versão, finalizada em julho de 2013, os Princípios do Equador passam a ser utilizados também nos chamados empréstimos corporativos e nos empréstimos-ponte, cujos recursos serão destinados ao financiamento de projetos.
Trazem, ainda, alguns pequenos avanços em relação à divulgação pública pelos bancos a respeito dos riscos e impactos dos projetos financiados e o modo pelo qual estão implantando os Princípios em suas estruturas organizacionais. De qualquer forma, o documento aponta para uma maior responsabilização dos bancos, tão influentes e importantes, para a manutenção e melhoria das condições de vida.