Sabemos que o papel da escola vai muito além de ensinar as matérias tradicionais como Língua Portuguesa, Matemática, História ou Geografia. Além disso, é responsabilidade também da escola viabilizar outros saberes que permitam aos pequenos a prática desde cedo da cidadania e dos valores da sociedade. E, claro, isso inclui a sustentabilidade em seu sentido amplo, vai desde o uso consciente de água e do descarte correto de resíduos, até os conceitos sobre reciclagem, preservação das florestas, agricultura responsável e mais. Por isso, cada vez mais escolas paulistanas vêm se esforçando para se alinharem aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Organização das Nações Unidas (ONU), a chamada Agenda 2030.

Práticas em andamento

Incluir atividades sustentáveis no currículo escolar é um trabalho gradual e crescente. O Colégio Santa Cruz, por exemplo, iniciou em 2012 seu primeiro comitê de sustentabilidade – hoje, conta com telhados verdes, placas solares, pisos drenantes (que substituíram o asfalto), coleta seletiva e minhocário.

O Colégio Franciscano Pio XII também abraçou o tema e o aborda diariamente com seus alunos. A escola tem uma trilha ecológica, área de 179 mil m² com trechos de Mata Atlântica preservados. Lá, os estudantes realizam atividades relacionadas à vegetação, ao solo e à preservação do meio ambiente, como parte de Biologia e Ciências. Além disso, a instituição também conta com painéis solares cuja energia é suficiente para abastecer 120 casas com um consumo médio de 165 kWh por mês.

Os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Vinicius de Moraes, também em São Paulo, aprendem desde cedo, sobre o descarte correto do lixo em ações que envolvem toda a escola, como os contêineres de material reciclável.

Como trabalhar o tema

O primeiro passo para implementar uma gestão sustentável na escola é entender que esse princípio deve fazer parte de todos os aspectos da instituição, desde a sala de aula até a atuação de gestores e equipe pedagógica.

Para isso, professores e alunos têm um papel fundamental e a gestão deve fazer com que todos se engajem para colocar as atitudes sustentáveis em prática.

O primeiro passo para implantar uma gestão sustentável é fazer um levantamento do estado geral da instituição. Ou seja, quanto a escola gasta com recursos como água, energia, alimentos e materiais? Que materiais não são aproveitados e quais deles podem ser enviados para reciclagem, reaproveitados ou até compostados. Qual a situação da estrutura física da instituição, como instalações elétricas e hidráulicas, ventilação, isolamento acústico e quantas adaptações seriam necessárias visando uma redução de emissão de carbono na atmosfera?

A partir desse levantamento, os gestores podem refletir e tomar atitudes para reduzir ou otimizar o consumo de água, como utilizar a água da chuva para irrigar os jardins, por exemplo.

Pela formação de indivíduos ambientalmente conscientes

É na execução de projetos que envolvem professores, alunos, familiares, gestores, funcionários e a comunidade escolar, que a escola pode começar a desenvolver práticas sustentáveis e ensinar a importância dessas atitudes para os alunos. Afinal, sustentabilidade é um conceito que não está dissociado da educação.

Uma escola que se torna referência neste tema também amplia seu alcance e influência a sociedade de uma maneira geral. E essa é a forma mais sólida de criar um futuro mais sustentável para as próximas gerações.

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Fontes: Estadão | Urânia