Muitas empresas acabam vendendo o conceito de sustentabilidade através da utilização de tecidos feitos de fibra de bambu.
A realidade é que, apesar do bambu ser uma planta com inúmeras vantagens se comparadas às árvores normalmente utilizadas em processos industriais, o popularmente chamado tecido de fibra de bambu tecnicamente não existe.
Trata-se de uma fibra de viscose, feita através de um processo bem semelhante ao utilizado na fabricação de outros tecidos. Ou seja, um processo tóxico e muito prejudicial à natureza.
O bambu é um vegetal abundante e seu crescimento é rápido. Além disso, não é necessário o replantio após o corte, já que a planta volta a crescer naturalmente.
Para a fabricação de tecidos, fibras vegetais são utilizadas. Todas as plantas possuem fibras, porém de diferentes tamanhos e espessuras. As fibras naturais do bambu são muito curtas, de 2 a 6 mm de comprimento, e não podem ser usadas para produzir tecido que necessita de, no mínimo, 30 mm.
Através de processo químico é possível transformar as fibras de bambu em um fio sintético conhecido como fibra de viscose. Essa fibra pode ser feita através de qualquer fibra que tenha celulose e seus fios têm as mesmas características físicas e químicas, independente da planta original. Ou seja, um fio de viscose de eucalipto é exatamente igual a um de viscose de bambu.
Na fabricação de viscose é utilizado o dissulfeto de carbono (CS2), um produto altamente nocivo ao meio ambiente. Além disso, algumas das anunciadas propriedades, como proteção contra Ultra Violeta (UV) e propriedade antibacteriana também são incorretas.
No Brasil não há esse tipo de produção que é muito comum na China.