moda sustentável
Coleção apresentada no evento SP. Ecoera. Foto: mulher.uol

Todo mundo sabe que o desenvolvimento de materiais recicláveis, edificações de baixo impacto ambiental e produtos sustentáveis está na moda atualmente, no entanto, pouca gente tem consciência de que a indústria têxtil também está aderindo à tendência de incentivo a preservação da natureza. Como? Em diversas partes do mundo despontam iniciativas visando à criação de tecidos ecologicamente corretos e biodegradáveis.

Enquanto vestimentas que possuem couro e nylon demoram algo em torno de 50 anos para se decomporem de maneira completa no meio ambiente, o segmento chamado de ecofashion, que traz roupas projetadas a partir de composições orgânicas ou reutilizáveis, tem crescido em investimento, fabricação e procura.

Vale ressaltar que marcas reconhecidas mundialmente, como Gucci, H&M, Nike e Stella McCartney, e estilistas como Valentino, Tom Ford e Emenergildo Zegna já produzem modelos sustentáveis. No Brasil, as grifes Osklen, Animale, Ronaldo Fraga e Alexandre Herchovitch também já exibiram peças ecologicamente amigáveis em alguns desfiles no São Paulo Fashion Week (SPFW).

Além disso, o evento chamado de Paraty EcoFashion, realizado no Rio de Janeiro, que teve sua terceira edição em setembro deste ano, conta com exposições, palestras, oficinas e workshops sobre a sustentabilidade no artesanato e design. O objetivo do projeto é unir moradores das comunidades periféricas da região de Paraty, artistas plásticos, instituições e profissionais renomados para difundir conhecimentos sobre a costura de trajes de baixo impacto ambiental.

À medida que as tendências mudam, muitas vestimentas são inutilizadas ou descartadas indevidamente pelos indivíduos, podendo prejudicar a natureza. No entanto, em alta nas passarelas e benéfica ao planeta, a produção de tecidos sustentáveis promete nunca sair de moda.

Ficou interessado em vestir a “camisa da sustentabilidade”? Conheça alguns tecidos ecológicos:

Tecido de madeira

Sediada em Frankfurt, na Alemanha, a companhia BARKTEX desenvolveu um tecido a partir de casca de árvores que pode ser utilizado na customização de roupas, móveis de design de interiores. Cultivado em fazenda certificadas de Uganda, o produto é extraído de uma espécie de figueira chamada de mutuba, com possibilidade para convertido em lã, couro e madeira. Os idealizadores do projeto apontam que a manufatura do item demanda baixo consumo de água e energia elétrica.

Tecido de madeira
Tecido de madeira BARKTEX. Foto: descubraoverde

Fibras de proteína do leite

Atualmente, a Alemanha descarta aproximadamente 1,9 tonelada de leite por ano, porém, enquanto isso, são desperdiçadas cerca de 360 mil toneladas de leite na Inglaterra anualmente, conforme a Universidade de Edimburgo, no Reino Unido. Em grande parte, a eficiência germânica se deve à criação da empresa Qmilk, que utiliza caseína (uma proteína encontrada na bebida láctea) para a produção de fibras que podem ser usadas na fabricação de roupas, papel, itens hospitalares e até da indústria automotiva. Proveniente de recursos renováveis, 1 kg de fibras demora 5 min para ser feito e consome apenas 2 litros de água.

Tecido de leite
Tecido de leite QMILK. Foto: descubraoverde

Tecido adesivo inspirado na lagartixa

Projetado pela Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, o Geckskin tem uma proposta inovadora, pois, se trata de um tecido adesivo inspirado na pata da lagartixa, ou seja, possui capacidade para aderir a qualquer superfície. Apesar de conter nylon e poliuretano, o material é apresentado com 100% reutilizável e promete não deixar resíduos.

Tecido inspirado na largatixa
Tecido inspirado na lagartixa CSIRO. Foto: descubraoverde

Fibra de bambu

Demonstrando característica termodinâmica, a fibra de bambu é biodegradável e propicia maciez, tornando-se um componente versátil para as quatro estações do ano. Sem necessitar de pesticidas ou fertilizantes, a planta se desenvolve rápido e, portanto, pode ser facilmente implantada no vestuário brasileiro.

Fibra de bambu
Fibra de bambu. Foto: brecholandiamix

Tecidos biológicos

De acordo com os britânicos da BioCouture, consultoria de design pioneira na exploração de materiais com base biológica, outra possível solução para constituição de roupas esportivas e grifes de luxo baixo com impacto ambiental é a expansão do uso de microorganismos (bactérias e fungos) e celulose de algas.

Tecido de biologico
Tecido biológico SCIENCE MUSEUM LONDON. Foto: descubraoverde

Garrafas PET

Assim como qualquer artigo de plástico, as garrafas PET também podem ser reutilizadas, tanto que já estão sendo convertidas em fibras para a produção de vestimentas. Quando combinado com algodão, o material fornece tecidos resistentes e confortáveis.

Fibra de garrafa PET
Fibra de garrafa PET. Foto: ecoeficientes

Tecido Juta

Abundante na região amazônica, a planta juta só precisa de água para ser cultivada e possui aparência similar a de linho. Atualmente, a erva lenhosa está sendo utilizada pela indústria têxtil.

Tecido de Juta
Tecido de Juta. Foto: naturaljoias