A cada dia surgem novas técnicas para a produção de energia elétrica de forma mais sustentável. A mais recente ideia veio do instituto de pesquisa mineiro CSEM Brasil e consiste em uma tinta orgânica capaz de captar energia solar. E o melhor: ela pode chegar ao mercado brasileiro ainda em 2015.
O produto é uma fita de plástico na qual é impressa uma espécie de tinta orgânica, que transforma energia elétrica a partir da solar. A tecnologia empregada é a Organic Photovoltaic (OPV, sigla em inglês para células fotovoltaicas orgânicas), cuja produção é mais barata e consome 20 vezes menos eletricidade do que a fabricação de um painel tradicional de silício. Essas tiras são leves, maleáveis e transparentes.
Já usada no Japão e Alemanha, foi em Minas Gerais que o processo de produção foi dominado. Essa tecnologia é considerada o futuro do setor energético. O projeto, iniciado em 2006, contou com R$ 70 milhões em investimentos e uniu dinheiro público e privado, pesquisa científica de base e o interesse em criar algo com apelo comercial, tudo reforçado pelo fato do Brasil ser um país com enorme potencial para a produção de energia solar.
A energia produzida por essas fitas é limpa e pode ser usada para alimentar vários equipamentos eletrônicos, redes sem fio e sistemas de ventilação, por exemplo, além de popularizar a eletricidade proveniente dos raios solares entre as pessoas.
Por ser uma instituição sem fins lucrativos, para comercializar os OPVs, o CSEM criou a empresa Sunew e é ela que vai explorar o produto em larga escala. Desde julho, é utilizada uma impressora com capacidade para fabricar 400 mil m² de fitas por ano, a maior do mundo.
Vale salientar que não há concorrência direta entre os OPVs e os painéis tradicionais, pois eles possuem fins distintos. Os OPVs são empregados apenas na geração pulverizada de energia e podem ser instalados em lugares diversos, como fachadas de prédios, vidros, etiquetas de rastreamento ou mochilas.