O upcycling é um exemplo de que tudo (ou quase tudo) é possível no mundo fashion e de que, no universo da moda, não há limites para a criatividade. O conceito é simples, e consiste em criar peças novas a partir da reutilização de outras peças de roupas ou sobras de tecidos.
Vários estilistas no Brasil e no mundo já aderiram a esta tendência, criando peças despojadas, modernas, únicas e customizadas. No Japão, os hábitos da transformação de peças usadas e o reaproveitamento de sobras de tecidos existem há mais de um século. Na terra do sol nascente, a técnica é denominada como “boro”.
Apesar de sua importância, o processo de upcycling na moda não é simplório: ele exige conhecimento, criatividade e visão ampla a respeito das tendências da moda para criar peças que superem os produtos originais e sejam atrativas ao consumidor. Paciência é outro fator importante para o processo de upcycling, pois muitos trabalhos são realizados à mão.
O corte de tecidos gera muitos resíduos, compostos especialmente por retalhos que não têm utilidade para fabricar peças de roupas. Até pouco tempo, a maioria dessas sobras acabava sendo descartada junto com o lixo. O upcycling é uma técnica que vem justamente para maximizar a vida útil de materiais têxteis. O impacto socioambiental é muito positivo, pois permite economizar água e energia elétrica.
Estilistas que aplicam o upcycling na moda
A estilista Reet Raus, da Estônia, montou uma linha de produção junto a uma fábrica localizada em Bangladesh e que produz mais de 250 milhões de peças. Assim, ela usa os resíduos para produzir roupas upcycled.
Christopher Raeburn é um estilista inglês cria roupas e acessórios com materiais têxteis recuperados. Ele usa tecidos militares em suas coleções, mantendo as características desses materiais, que se destacam pela camuflagem e proteção térmica.
A Reformation, marca americana fundada pela estilista Yara Aflalo, é outra referência do universo upcycling. No Brasil, a estilista Gabriela Mazepa é um exemplo de empreendedores que utilizam a técnica. As peças são confeccionadas por costureiras de cooperativas ou autônomas.
No Rio Grande do Sul surgiu a marca Insecta Shoes, que usa sobras de tecidos para customizar calçados exclusivos para os públicos masculino e feminino. Além disso, a marca não utiliza matérias-primas de origem animal, seguindo a filosofia vegana.