Harmonizar o crescimento da demanda de energia em todo o mundo e o volume de lixo gerado é um grande desafio para os países. Basicamente, existem duas possibilidades para esse aproveitamento: a queima direta dos resíduos e a queima do biogás produzido a partir do lixo.
Neste sentido, com um investimento de R$15 milhões e capacidade de produção de 4,2 megawatts por hora, a Estre, proprietária do aterro de Guatapará, inaugurou uma usina que gera energia a partir do biogás, considerada uma das soluções mais ambientalmente corretas para os resíduos sólidos.
Estima-se que a energia, que é gerada a partir da combustão de gases emitidos na decomposição de lixo orgânico, seja suficiente para abastecer 18 mil pessoas.
Além disso, garante que o lixo gerado por 20 municípios da região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, tenha menor impacto ambiental. O local recebe, por dia, 2.400 toneladas de lixo.
Para viabilizar a construção a primeira usina, a Estre associou-se à portuguesa Enc Energy, que já tem usinas de biogás na Europa. Além de participarem com 10% do investimento, os portugueses também forneceram a tecnologia e o modelo de exploração do biogás.
A ideia da companhia é, agora, expandir a estrutura de Guatapará para 10 megawatts por hora e também construir mais nove usinas em seus outros aterros para produzir 100 megawatts/hora.
Entenda o funcionamento
A energia é obtida a partir da decomposição do lixo orgânico; o gás, composto em sua maioria por metano, é captado, passa por um filtro e entra em três motores que fazem a conversão para a energia. Essa energia é enviada a uma subestação em Pradópolis e distribuída para as cidades.
O aproveitamento do biogás deve ter o seu primeiro leilão de energia de reserva com possibilidade de compra desta fonte em outubro. Segundo especialistas, o potencial de geração com biogás chega a 2 mil megawatts (MW).