Estima-se que o Brasil utiliza 12 bilhões de sacolas plásticas por ano. Os dados são da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que revela ainda que deste total, mais de 10 bilhões são descartados de forma incorreta.
O uso desenfreado e esse descarte provocam uma série de problemas ambientais, como o entupimento de bueiros, morte de animais por sufocamento, resíduos em aterros sanitários, poluição, entre outros.
Para combater esses problemas, a busca por produtos que possam substituir as sacolas de plástico convencional levou à criação do plástico oxibiodegradável. Também conhecido como OBP, o produto desenvolvido pioneiramente na Inglaterra, contém na sua formulação um aditivo antioxidante e pró-oxidante, que agem como acelerador do seu processo de degradação.
O material tem uma capacidade biodegradabilidade e pode ser consumido por micro-organismos presentes no solo e, assim, se transformar, basicamente, em carbono e água. Dessa forma, ao invés de 400 anos, o processo de degradação dura, aproximadamente, 18 meses.
Apesar das vantagens, há desvantagens no uso do plástico oxi-biodegradável. Alguns especialistas e organizações acreditam que seu uso não resolve os problemas. Isso porque, quando há a fragmentação em pedacinhos de plástico, ele continua lá. Ao virar um pó acaba indo para córregos, rios, lagos, represas e mares, contaminando tudo.
Neste sentido, estudos indicam as possibilidades dos resíduos serem ingeridos por animais e entrarem na cadeia alimentar, o que pode causar risco de contaminação, inclusive para o homem. Em Salvador, por exemplo, uma pesquisa realizada comprovou que 22% dos peixes capturados, continham micropartículas plásticas em seus organismos.
Alguns especialistas afirmam que a solução é paliativa e a única alternativa é educar e conscientizar a sociedade e os setores da economia, estimulando a redução do consumo e, também, a reciclagem. Nesse embate, é importante dizer, há um jogo de interesses, o que dificulta a decisão da sociedade sobre o uso ou não de plástico OBP.