Se você acha que os veículos autônomos – que são aqueles carros que não necessitam de motorista -, são uma tecnologia muito distante da nossa realidade, saiba que já existe muita gente pensando em como usar esta facilidade para transformar a mobilidade urbana das grandes cidades.
De acordo com um novo relatório, intitulado Can Self-Driving Cars Stop the Urban Mobility Meltdown?, lançado pelo Boston Consulting Group (BCG) e pela Universidade de St. Gallen, na Suíça, a adoção de veículos autônomos poderia tornar o ambiente urbano menos poluído e mais habitável, além de contribuir para sistemas de transporte mais sustentáveis e eficientes.
Embora a pandemia causada pelo coronavírus esteja obrigando as pessoas a usar mais o transporte individual ao invés do coletivo, no futuro muitas cidades começarão a adotar os veículos autônomos compartilhados, porque esse transporte pode ser a saída para problemas como congestionamentos, poluição do ar e acidentes nas estradas.
Benefícios para as cidades
O relatório diz que as cidades alcançariam inúmeros benefícios ao introduzir esse sistema de transporte. A cidade norte-americana de Los Angeles, por exemplo, poderia reduzir suas emissões de dióxido de carbono em 2,7 milhões de toneladas por ano se adotasse políticas que promovessem os veículos autônomos compartilhados – limitando a frota de veículos particulares.
Além disso, ao substituir os carros particulares pelos autônomos compartilhados, haveria uma redução considerável no volume de tráfego e os espaços destinados para estacionamento seriam liberados. O estudo diz ainda que ao trocar motoristas humanos por robôs, a operação de transportes seria feita com maior eficiência e segurança, reduzindo os tempos de viagem e espera.
Em relação ao custo, os veículos compartilhados também seriam bem mais econômicos, uma vez que o custo por passageiro/quilômetro seria reduzido em até 30%.
A pesquisa
Os carros autônomos ainda são vistos por muitos países como algo longe da realidade. E para obter dados mais objetivos das vantagens e efeitos desta tecnologia nos ambientes urbanos, o BCG e a Universidade de St. Gallen, na Suíça, conduziram esta pesquisa, que levou um ano para ser concluída.
Usando uma ferramenta sofisticada – que pode simular 1,7 bilhão de viagens -, eles modelaram como esses veículos poderiam melhorar ou piorar o ambiente urbano e a qualidade de vida em cinco tipos de cidades – tendo como base dados de mais de 40 cidades em todo o mundo.
“As cidades precisam criar uma visão de onde querem estar no futuro e começar a agir agora. Se nada for feito e o uso de carros particulares continuar aumentando, o ambiente urbano deverá piorar significativamente”, disse Nikolaus Lang, diretor administrativo do BCG.