Logística verde é a atividade que tem por finalidade e característica ampliar o desenvolvimento sustentável de uma cidade, estado ou país. De que forma? Cuidando de todo o processo de saída, transporte, armazenamento e recolhimento de produtos ao final de sua vida útil e cuidando para que não haja emissão de poluentes e nem agressões ao meio ambiente.
A logística verde preocupa-se com os impactos e suas atividades sobre o meio que a cerca. Um ponto importante que deve ser destacado junto à logística verde é que ela anda lado a lado com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10). De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a logística reversa, braço da logística verde, é o ponto principal para potencializar e melhorar o ciclo de reciclagem do país no que diz respeito a produtos eletrônicos; remédios; embalagens de óleos lubrificantes e agrotóxicos; e lâmpadas fluorescentes.
Ou seja, com esse tipo de logística a empresa que fabrica determinado produto responsabiliza-se também em recolher o mesmo produto quando esse é descartado, seja por falhas ou problemas de fabricação, seja por ter terminado seu ciclo de uso. Ao serem recolhidos, os materiais voltam ao polo de fabricação ou são encaminhados a centros específicos que atuam com o desmanche e reciclagem das peças e não simplesmente descartados em qualquer lugar de forma negligente e agressiva.
Em países da Europa, como a Alemanha, e no Japão é comum que produtos eletrônicos que não servem mais para uso sejam colocados nas calçadas de casa para serem recolhidos por empresas responsáveis, porém, no Brasil essa prática não funciona. Ainda na Europa, a questão logística verde possui duas entidades que tomam conta e fiscalizam a forma como os produtos são descartados: WEEE (Waste Eletrical and Eletronical Equipment), que cuida da diminuição da quantidade de lixo eletrônico em aterros sanitários e a RoHS (Restriction of Hazardous Substances), que fiscaliza e proíbe o uso de algumas substâncias como: chumbo, cromo e mercúrio, que além de cancerígenas são bioacumulativas, inibem a reciclagem dos produtos e quando queimadas nos aterros eliminam substâncias tóxicas no ar e no solo.
Investimentos
As empresas, atualmente, sabem da importância de ter departamentos que englobam e estudam diretamente a sustentabilidade e a consciência ecológica, lidando assim com diversos segmentos que visam minimizar os impactos ambientais que, supostamente, podem vir a causar danos para a comunidade. Em outras palavras, o investimento com logística verde já está embutido dentro desses departamentos específicos que, quando bem administrados, conseguem colocar em prática sem grandes prejuízos ou gastos.
Brasil
Ainda de acordo com o MMA, o Brasil possui um modelo de sucesso no que diz respeito à logística verde, o caso das embalagens de agrotóxicos. Só nos primeiros três meses de 2013, cerca de 8 mil toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos agrícolas foram recolhidas para o descarte ecologicamente correto, segundo dados fornecidos pelo inpEV (Instituto Nacional de Processamentos de Embalagens Vazias).
As fabricantes que utilizam embalagens em vidro e lata também atuam ativamente com o processo de reciclagem e recolhimento de embalagens após o descarte. A logística verde torna-se possível através do equilíbrio sustentável de três pilares, como uma pirâmide: financeiro – social – ambiental, de modo que todos os lados saiam beneficiados.