Na última quarta-feira, 9, durante evento realizado pelo CDP (Carbon Disclosure Project), organização internacional sem fins lucrativos, foi apresentado o relatório referente ao ano de 2013, expondo uma lista com as 10 empresas mais engajadas na preservação do meio ambiente, encabeçada pela petroquímica Braskem.
De acordo com o estudo, as instituições investiram mais de R$ 6 bilhões em iniciativas para diminuir os índices de disseminação de poluentes, evitando que 12 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) fossem emitidas por ano. Porém, à medida que 78% das entidades garantem possuir algum programa de redução na dispersão de toxinas, 76% registraram aumento no volume de substâncias nocivas lançadas na atmosfera.
Após analisar as informações, dispostas pelas corporações nos questionários enviados pelo CDP, sobre questões de transparência de dados em relação às emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e desempenho de ações para evitar as mudanças climáticas, o documento atribuiu notas de 0 a 100 às empresas participantes do projeto e, posteriormente, avaliações de A até E, sendo a primeira máxima e a segunda mínima, ao país examinado.
Nesta edição do CDP Brasil, foram enviados formulários para 100 entidades, porém, apenas 56 delas, de 10 setores diferentes, reportam suas informações à organização, sendo cinco multinacionais, ou seja, tiveram dados retirados de suas sedes estrangeiras. Deste modo, somente 51 instituições nacionais reportaram de fato.
As grandes organizações devem diminuir ainda mais os índices de disseminação de poluentes, pois, ainda não fizeram o suficiente”, Sue Howells, co-diretora de Operações Globais do CDP.”
Sob a liderança da Braskem, com 99 pontos, na mesma lista, o balanço contemplou os empreendimentos: BM&F Bovespa, CEMIG (Companhia Energética Minas Gerais), CPFL Energia, EDP (Energias do Brasil), a produtora de papel e celulose Fibria, Itaúsa (setor financeiro), Marfrig (indústria alimentícia) e Petrobras. A Vale, do ramo de mineração, obteve a segunda melhor colocação ao atingir 98 pontos.
A cerimônia contou com palestras de personalidades envolvidas com o relatório e ações em prol da sustentabilidade. A diretora do CDP na América do Sul, Juliana Lopes, explicou que “o Carbon Disclosure Project trabalha com as principais forças do mercado e, através da divulgação do relatório, propõe a reinvenção do modelo de negócios no cenário mundial”.
O professor Celso Lemme, da área de Finanças e Controle Gerencial da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sugeriu a integração entre os setores financeiros e de sustentabilidade, pois “não basta evoluir tecnologicamente e ganhar terreno, é preciso tocar o coração do povo sobre o dever de conservar a natureza”.
Para o diretor de sustentabilidade do Banco Santander, Carlos Nomoto, “chegará o dia no qual as empresas tomarão decisões primando o benefício do meio ambiente, mas, infelizmente, ainda não é hoje”. A afirmação é motivada pela constatação de que apenas 50% das corporações percebem que as instabilidades nas condições do clima podem gerar diferentes tipos de risco aos seus negócios e 55% delas possui metas de redução de emissões de GEE.
De acordo com Luísa Guimarães Krettli, representante da WayCarbon, consultoria ambiental que contribuiu para a formulação do relatório CDP, 62% das instituições já estão agindo no gerenciamento das ameaças impostas pelo aquecimento global, atentando para o fato de que apenas três companhias de distribuição reportaram seus dados, atingindo a soma de 49% das dispersões de CO2 do País.
“As grandes organizações devem diminuir ainda mais os índices de disseminação de poluentes, pois, ainda não fizeram o suficiente”, afirmou Sue Howells, co-diretora de Operações Globais do CDP. Afinal, numa avaliação geral, o Brasil recebeu D, nota inferior a que nações como África do Sul e Coreia do Sul receberam.