O debate sobre o descarte de resíduos não deve se limitar à reciclagem do lixo doméstico. Isso porque existem diversos tipos de dejetos que não podem ser reciclados e, mesmo os que podem passar pelo processo raramente são devidamente encaminhados para a coleta seletiva. Há uma grande falta de conscientização ambiental por parte de toda a sociedade, que ainda tem muitas dúvidas e acaba cometendo diversos erros na hora de separar seu lixo.
Um dos maiores desafios enfrentados por toda a sociedade e até mesmo pelos governantes consiste em encontrar um destino apropriado para os diferentes tipos de lixo. Em geral, no Brasil existem três tipos de locais onde o lixo vai parar quando descartado. Descubra quais são a seguir:
Tipos de descarte de lixo praticados no Brasil
Lixão
O lixão consiste em um local em que os resíduos sólidos são simplesmente descarregados no solo, sem que haja nenhum cuidado com o meio ambiente ou com a saúde da população. Esse método também é conhecido como descarga de lixo a céu aberto, e traz diversos riscos para a natureza e para as pessoas.
Nos lixões, não há separação adequada dos materiais depositados — o que significa que o lixo de baixa periculosidade se mistura com os restos industriais e hospitalares, que possuem elevado potencial poluente. Devido à sujeira, os vazadouros tendem a atrair animais transmissores de doenças, como roedores e insetos. Por consequência, os catadores que lidam com o material correm o risco de contraírem inúmeras enfermidades. Além disso, há chance de incêndios por causa dos gases decorrentes da decomposição dos restos.
Aterro sanitário
O aterro sanitário, por sua vez, funciona como um depósito no qual o lixo é descartado. Em geral, a maioria desses resíduos são sólidos não-recicláveis. A questão é que em muitos municípios a coleta seletiva não foi implementada por completo, então também é possível encontrar vidros, metais, papéis e plásticos nos aterros. Em geral, as áreas escolhidas para o descarte ficam distantes das cidades em razão do mau cheio e da probabilidade de contaminação das águas subterrâneas, bem como do solo.
Atualmente, foram elaboradas regras rígidas que determinam onde os aterros sanitários podem ser estabelecidos. É necessário possuir um controle do volume e da espécie de resíduos descartados, além de sistemas de monitoramento e preservação do meio ambiente. Essas são estratégias muito importantes para amenizar a questão do excesso de dejetos produzidos nos centros urbanos.
Incineração
O procedimento de incineração refere-se à queima de lixos em usinas e fornos especialmente desenvolvidos para esta finalidade. Entre os principais benefícios da técnica, estão a rápida diminuição da quantidade de restos e a destruição de microrganismos responsáveis por doenças, presentes sobretudo nos lixos hospitalares e industriais.
O processo utiliza temperaturas que variam de 800 a 3 000°C, sendo capaz de diminuir a quantia de lixo inicial em até 90%. Contudo, a incineração de resíduos pode ser prejudicial ao meio ambiente, já que determinados dejetos liberam gases tóxicos e demandam a instalação de equipamentos e filtros específicos. Ou seja, o procedimento é mais custoso.
Após a queima, o restante do material costuma ser levado para os aterros sanitários ou para as usinas de reciclagem. Recomenda-se, por exemplo, o uso dos resíduos queimados para fabricação de cerâmica, borracha e artigos artesanais.
Imagem: istock.com / Sasha_Suzi