Em 1983, o relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), inaugurou o termo “desenvolvimento sustentável”. Pelo documento, essa ideia passou a ser conhecida como o conjunto de ações humanas que visa integrar desenvolvimento econômico, conservação ambiental e inclusão social.
O desenvolvimento sustentável tem por objetivo pensar em planos e atividades que supram as necessidades das populações no presente, mas também preservam os recursos naturais não comprometendo as futuras gerações.
Para que o sistema capitalista pudesse se desenvolver, muitos recursos naturais passaram a ser explorados de maneira abundante no planeta. Esses recursos, como petróleo, outros combustíveis fósseis, minérios, árvores e água, são de extrema importância para o desenvolvimento, mas, a partir dos anos 60, ambientalistas começaram a perceber que seu uso indiscriminado poderia culminar no esgotamento deles e que muitas vezes sua exploração acontece de modo a gerar poluição e contaminação.
Além dos recursos que são extraídos da natureza, práticas como a agricultura também precisam de atenção, pois a exploração de grandes latifúndios e o uso intensivo de agrotóxicos esgota a capacidade e fertilidade das terras de muitas regiões e acaba por dizimar populações indígenas e ribeirinhas quando praticadas em áreas não apropriadas. É também concernente ao termo “desenvolvimento sustentável” a preocupação em distribuir as riquezas de maneira a beneficiar toda a sociedade e garantir que o direito básico à vida seja respeitado e preservado.
Para além dos recursos naturais e da agricultura, também é importante destacar que desenvolvimento sustentável é incompatível com altos índices de poluição e não fiscalização dos agentes poluidores. Os estudiosos acreditam que medidas como reciclagem, gestão do lixo de maneira eficiente, redução do uso de matérias-primas e qualidade na produção (em detrimento à quantidade), são fundamentais para a garantia da existência dos recursos naturais da Terra.
Dos anos 80 até hoje foram organizados inúmeros encontros e conferências mundiais, com os países que fazem parte da ONU. Nessas ocasiões, metas de diminuição dos agentes poluidores e discussões sobre as responsabilidades que cada país possui para com o desenvolvimento sustentável sempre são abordadas.
Em 1999, após a conferência ECO-92 que ocorreu no Rio de Janeiro, foi negociado o “Protocolo de Quioto”, assinado no Japão como continuidade das atividades que se iniciaram no Rio de Janeiro em 1992. O protocolo estabelecia compromissos internacionais que os países participantes assumiriam no esforço de diminuir a poluição e caminhar para um desenvolvimento sustentável.
Na ocasião, foi implementado o “crédito de carbono”, um sistema de mercado onde cada tonelada de carbono que deixa de ser emitida como poluente na atmosfera se transforma em crédito e pode ser negociado entre países e empresas (países mais desenvolvidos que poluem muito podem negociar com os que poluem menos para que a emissão fique dentro dos limites estabelecidos).
O “crédito de carbono” causa polêmica e é contestado por alguns grupos por tratar a natureza de maneira mercadológica e, portanto, econômica, e permitir que alguns países sejam mais poluidores que outros. Mesmo após sua implementação, os números da poluição no mundo ainda são alarmantes.
Apesar dos esforços das nações, o ano de 2014 bateu recorde de temperaturas e já é considerado o mais quente da história desde que a medição começou a ser feita em 1850, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O desenvolvimento sustentável é o conceito que marca a geração do século XX e início do século XXI e deve ser cada vez mais difundido e canalizado em atitudes práticas para que as futuras gerações consigam usufruir dos recursos naturais da Terra, recursos esses indispensáveis à vida.